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MEDITAÇÕES DISRUPTIVAS: Pensamento contra a Robotização Humana

 

Robotização humana

Sinais dos tempos
 

Pensamento também é uma ação

Se esta pequena reflexão for capaz de acionar seu pensamento e, caso sua resposta seja afirmativa, isto só comprovará que o pensamento, realmente, pode ser uma ação transformadora e poderosa.

Pare e reflita! Qual é o pensamento intrusivo que povoa sua mente neste momento? Não se importe se esta reflexão faz sentido ou não para sua vida cotidiana, mas tente imaginar o que significa. Tente responder: por que evitamos a reflexão? Por que temos pensamentos conflitantes? Por que vivemos defendendo pensamentos externos?

Talvez, todos nós estejamos em um grande conflito interno! Será que nosso ser mais íntimo não está precisando falar conosco, a sós? Conseguimos respeitar esta necessidade individual, diante das pressões externas do mundo que nos cerca? Talvez, para lidarmos com nossas angústias, ansiedades e desconfortos que nos assaltam de vez em quando, precisemos parar, respirar, ficar mais em silêncio e, de preferência, sozinhos! Uma boa reflexão solitária serviria como um antídoto para compreendermos o processo de robotização humana, que estamos vivenciando.

Não somos capazes de resolver muitos problemas por conta própria mas, por isso mesmo, precisamos reservar tempo livre para compreendermos o que podemos fazer, coletivamente, com sabedoria e discernimento, ao invés de apenas ingerir informações e conhecimentos técnico-científicos.

 

Tecnocracia e robotização do ser humano

Pensamentosdisruptivos podem ser uma manifestação genuinamente humana, diante de tudo o que este mundo diz ser essencial para nós, que não passam de meias verdades! Neste contexto, embora possamos interpretar a cultura de sobrevivência, como parte da realidade, não precisamos negar que nosso modo humano de produção da própria vida, baseado na elitização tecnológica, é mais errático do que assertivo no que toca à liberdade do próprio pensamento humano.

Assim, mesmo que boa parte de nossa inteligência seja empregada pelo mundo da produção, como nossa capacidade lógica, nossa capacidade de aprender ofícios e usar nossos talentos, isto não significa que nossa inteligência se resuma ao domínio técnico! Neste sentido, as contradições deste mundo parecem indicar um esgotamento das possibilidades de nossa evolução, por meio da tecnocracia. O sistema predominante de produção é autofágico por concepção, o que significa que é sustentado pelo sacrifício de nossa natureza humana, não considerada e desrespeitada pelo desgoverno tecnocrático.

Para a grande maioria de nós, em específico, no mundo do trabalho, sofremos imposições no sentido de adotarmos crenças e regras para sermos empregáveis, incluindo a “castração” de nossas próprias personalidades e subjetividades, para que sigamos padrões, para manter o “modus operandi” do próprio sistema, que já está em agonia, devido à falta de humanidade!

Porém, uma das maiores contradições é que estamos evoluindo tecnologicamente, porém, estamos mantendo um contexto de sobrevivência tecnocrático que enxerga resultados e números e não a existência humana. Isto explicaria a permanência das contradições de um mundo em que sistemas de sobrevivência retrógrados defendem um tipo de evolução e desenvolvimento que aceita a miséria, a fome e as enfermidades modernas, especialmente em nível psíquico, como uma simples margem de erro do sistema, ou um simples efeito colateral, aceitável!

O grande embuste ideológico se concretiza quando observamos que os avanços tecnológicos estão concentrados em poucas mãos e que não são acessíveis para toda a humanidade, e que servem como um instrumento eficaz de dominação!

Talvez, a involução do próprio pensamento humano seja um dos maiores sinais dos limites a que chegamos. Será que não percebemos que o reducionismo utilitário da tecnocracia favorece o aleijamento cognitivo das gerações atuais em prol de um sistema que não admite outra forma de desenvolvimento humano senão este sistema excludente?

Para um tecnocrata elitista, é preciso programar as pessoas com a passividade, com a postura de aceitação tácita, pragmática e até cínica sobre qualquer possibilidade de inserir o ser humano como foco do processo o que, supostamente, impediria o giro perfeito do sistema predominante. A pergunta a ser feita é: perfeito para quem ou para que grupo ou elite dominante? No fundo, sabemos a resposta, ou seja, o sistema é projetado para uma elitização concentradora de posses e poderes!

 

A robotização como processo formativo

A questão é que a robotização não é apenas a automatização das máquinas per se, mas envolve a robotização humana: Assim sendo, como nos livrarmos de uma formação puramente utilitarista? Será que não existe uma concepção de evolução, em nível de inteligência humana coletiva, capaz de romper com este antiquado sistema de desumanização em massa, baseado em uma elitização concentradora de posses e poderes, com custos e sacrifícios humanos irreparáveis?

A tecnocracia reduz os seres humanos a máquinas programáveis! A robotização do ser humano é a causa do adoecimento mental generalizado, que se relaciona ao estilo de vida imposto em todas as instâncias da vida cotidiana, impregnada pela pressa, pelo estresse e pela carência afetiva! A tecnocracia só serve para manter uma concepção de desenvolvimento que beneficia interesses de um sistema de acúmulo de riquezas em poucas mãos.

No setor educacional, isto tem surtido efeitos negativos, pois ao invés de desenvolver a formação humana de nossos jovens, apenas reproduz um adestramento de professores e alunos para atender as exigências de um modelo de desenvolvimento comprometido com a manutenção de um jogo eleitoreiro, que associa posse e poder político, para se perpetuar.

Um ser humano não pode ser tratado como um número ou uma máquina geradora de métricas. Um processo formativo leva décadas para dar resultado efetivo e isto não significa esquecer a formação para uma vida plena e satisfatória. A meritocracia, por exemplo, não passa de uma mortificação e estigmatização das pessoas!

Talvez, seja ético lembrar o quanto a própria concepção de escola da sociedade moderna, esteja sofrendo com as visões reducionistas sobre o processo formativo das novas gerações, confinando o processo de ensino e a aprendizagem à geração de estatísticas favoráveis a um suspeito processo de evolução do setor educacional.

 

Sinais do aleijamento cognitivo

Não há relacionamentos humanos significativos em nossa vida moderna! O que estamos ensinando aos nossos jovens sobre a vida? O que temos produzido como sociedade para dar significado à nossa condição existencial, em nível mais pleno?

Que sociedade é esta que sacramenta a divisão da raça humana por interesses políticos, por classes econômicas e até por gêneros? Estamos tão aleijados cognitivamente assim para não percebermos que as tecnologias atuais estão voltadas para retroalimentar o mesmo modo antiquado de desenvolvimento humano restrito e seletivo?

Quando podemos identificar atitudes que provocam o aleijamento cognitivo coletivo?

a) A precificação do ser humano por métricas e números;

b) O corrompimento de virtudes humanas pelo jogo de interesses imediatos;

c) A intransigência egocêntrica das bolhas sociais dominantes;

d) O individualismo prepotente baseado na meritocracia elitista;

e) A mercantilização do conhecimento humano;

f) A superficialidade e a banalização da vida humana;

g) O alienamento das novas gerações;

h) O predomínio do materialismo e do positivismo;

i) O separatismo ideológico entre seres humanos;

j) A falta de fé e esperança na bondade humana.

 

Conclusão

A partir desta profunda crítica aos "sinais dos tempos", resta evidente que o desgoverno tecnocrático impôs um modo de vida insustentável, que aceita a miséria e as enfermidades psíquicas como uma margem de erro aceitável, enquanto reduz o ser humano a uma máquina programável. Este sistema, movido pela mercantilização do conhecimento e pelo individualismo prepotente baseado na meritocracia elitista, opera um aleijamento cognitivo coletivo, castrando personalidades e subjetividades em nome da manutenção de um modelo excludente que beneficia apenas uma elite concentradora de posses e poderes.

No entanto, o esgotamento dessas possibilidades de evolução exige que confrontemos o grande embuste ideológico por meio da única ferramenta que a tecnocracia tenta suprimir: o pensamento. Ao rejeitarmos o adestramento utilitarista e as imposições externas, somos chamados a reservar tempo para o silêncio e a reflexão, transformando o pensamento em uma ação que desprograma a passividade.

A questão final não reside em mais resultados numéricos, mas em nossa capacidade ética de resgatar a natureza humana sacrificada. Somente ao priorizarmos a evolução em nível de inteligência humana coletiva e ao desfazermos as divisões ideológicas e de classes, poderemos romper com este sistema antiquado de desumanização em massa e dar verdadeiro significado à nossa condição existencial, provando que o pensamento, realmente, é a arma mais poderosa de transformação.


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