Não devemos lutar por lutar
O que chamamos de luta?
O
contexto de “luta” é apropriado para muitos momentos de nossa existência
individual e coletiva. A luta primária é pela sobrevivência, que evolui para a aquisição
de maior qualidade de vida, respeito e preservação de nosso bem estar, saúde e
crescimento. Tudo tem um preço, tudo tem um custo e não são necessariamente
valores materiais ou recursos financeiros. Porém, se a vida exige luta por que
muitos perdem sua energia? Por que se abandonam em suas próprias batalhas?
Lutas sem propósito não têm sentido
A
partir do momento em que se supera o degrau da sobrevivência básica na vida, deveria
ser natural alcançar um próximo degrau da existência, ou seja, elevarmos o grau
de crescimento pessoal. Entretanto, o enriquecimento de experiências, vivências
e aprendizagens também exigem uma grande energia vital, pois também coincidem
com diferentes formas de resistências. Assim, sempre que embarcamos em mais
lutas durante nossas vidas, alcançamos também níveis mais elevados de energia. Talvez,
muitos parem e desistam no meio do caminho, exatamente pelo fato de que nem
sempre estão buscando objetivos que valham a pena, de verdade. Por isso, precisamos
encontrar motivos verdadeiros pelos quais lutar.
Nem todas as lutas valem a pena
A
necessidade de lutar talvez seja um ponto comum na vida das pessoas, o que as
fazem ser mais semelhantes entre si do que pensam. Porém, nós temos necessidade
de muitas coisas que extrapolam nossas reais necessidades básicas e que, muitas
vezes, são criadas para girar o mundo do consumismo e das vaidades pessoais.
Neste ponto nos desviamos dos objetivos existenciais e passamos a perseguir a
satisfação imediata, os mimos para o ego e a qualquer coisa que ocupe o resto
de nosso tempo de vida.
Há um
certo perigo nisso pois nos tira o foco da luta que nos cabe travar, realmente.
Podemos não perceber, mas sempre estaremos inseridos em alguma luta que nos
exigirá participação, colaboração, empenho. Nossas contribuições podem exercer
boas ou más influências em todo lugar por onde passarmos e com quem nos
encontrarmos em nossas vidas. Apenas precisamos nos lembrar, com serenidade,
que o presente é o único momento em que podemos lutar por algo e que a vida é
relativamente curta para a perdermos com futilidades.
Nossa transformação depende de nosso despertar
Enquanto
não escolhemos nossas próprias lutas, o destino se encarregará de trazer aquelas lutas que precisamos de fato encarar e superar para nos desenvolvermos. Todos possuem
suas lutas próprias e individuais. Quando não enxergamos motivos para lutar é
porque falta o contexto, a perspectiva e é para isso que surgem os obstáculos,
os imprevistos e as surpresas do destino que nos colocam em luta, conforme o
Plano Maior do Criador de Tudo.
Nossas lutas representam ciclos
Neste
sentido, quando nossos objetivos são alcançados isso não significa o fim da
história, pois sempre haverá uma nova forma de ser melhor, de aprimorar
talentos e isso é algo bom, pois vem ao encontro de nossa natureza incompleta e
nossa autoconsciência de que sempre podemos alcançar resultados melhores. Esta
cadeia de avanços contínuos constitui boa parte de nossos ciclos de
crescimento. Por outro lado, enquanto os principais avanços não nos transformar
internamente, trabalhando nossa individualidade e nossos talentos natos, os
ciclos não fecharão. É preciso ter humildade para admitir isso!
Qual é o propósito de nossas lutas individuais?
Fechar
ciclos depende de nossa capacidade para nos desapegarmos de coisas materiais,
pessoas, acontecimentos e sentimentos. Fechar um ciclo pode representar a conquista
de novas oportunidades, novas realidades e novos desafios para investirmos
nossa força vital, para algo significativo para as pessoas e para nós mesmos. O
desapego nos ajuda a nos livrar de relações interpessoais nocivas, de rotinas
diárias sem sentido e comodismos. Só assim podemos avançar de verdade, com a
consciência sobre aquilo que realmente precisamos e podemos fazer.
A busca de respostas é o propósito de nossas lutas
Quem
somos? De onde viemos e para quê viemos a este mundo?
A
partir do autoconhecimento, da análise interior sobre nossa natureza humana, da
percepção de nossa singularidade, da busca de respostas que preencham nosso
sentido de ser, encontraremos motivos e argumentos mais sólidos para seguir em
frente, em nossas lutas diárias.
A vida
nos desperta para a luta usando a necessidade para nos conduzir ao caminho do crescimento
pessoal. Por isso, quando nos dermos conta das pessoas que nos cercam, sejamos
respeitosos e não menosprezemos ninguém. O verdadeiro respeito ao nosso próximo
reside na consciência de que cada um está em seu próprio tempo de luta, mesmo
que não saibamos quais lutas estão enfrentando!
Comentários