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DIGNIDADE HUMANA: Essência e Missão Existencial


DIGNIDADE HUMANA


Dignidade e existência andam juntos

 

  Dignidade existencial

 

Esta reflexão tentará fazer um paralelo entre nossa dimensão concreta e nossa natureza metafísica, sobre a dignidade em nossa existência, ao longo de nossas jornadas neste mundo. A dignidade nos serve como uma força orientadora importante, seja do ponto de vista como sendo uma construção humana como, também, um dos pensamentos mais elevados cuja inspiração advém de uma sabedoria maior.

Muitas vezes, somos levados a acreditar que a dignidade humana está à mercê de interesses temporários, valores mundanos e ilusórios e que deveríamos enxergá-la como algo negociável, como uma moeda de troca ou como um direito exclusivo de uma bolha humana (agrupamentos ideológicos, regimes socioeconômicos erráticos). Entretanto, quem tenta negociar a dignidade, está infringindo contra um direito reconhecido universalmente, neste mundo.

Entretanto, a dignidade está em um nível conceitual maior, capaz de superar nossas contradições e limitações que nos colocam diante de conflitos. Esta superação não é algo gratuito, pois exige ações práticas para o combate à indignidade (além do desrespeito) e isto requer um refinamento ético e estratégico, necessário para romper com os discursos retóricos e as imposições utilitaristas/cínicas do mundo material. A estratégia é a intervenção requerida pela consciência para traduzir o "nível conceitual maior" em "desenvolvimento sustentável da humanidade" aberto para a dignidade humana.

 

  A consciência sobre a dignidade

 

Desde pequenos somos doutrinados a viver em sociedade e, inicialmente, só absorvemos valores, conceitos pré-existentes, opiniões particularizadas dentro das bolhas humanas, mas nem sempre voltadas para a civilidade e para a convivência pacífica. A diversidade é frequentemente combatida porque mesmo artigos simples como este podem suscitar indagações e autocríticas.

Em nível coletivo, cada povo tem seu grau de evolução e consciência sobre a dignidade humana e isto explica os diferentes contextos de desenvolvimento, em qualquer instância do planeta, ou seja, a questão não está na ausência da dignidade conceitual, mas na capacidade de sua efetivação e reconhecimento social (o "grau de evolução") que varia entre os povos. Contudo, a defesa de interesses egocêntricos e materialistas são frequentes causas dos desentendimentos entre as inúmeras bolhas humanas.

Talvez, a consciência sobre a dignidade sofra demasiada influência do mundo de interesses que fomentam separatismos e lutas ideológicas, próprias de regimes socioeconômicos erráticos, que não consideram a dignidade como algo vital à existência humana. Neste contexto, precisamos romper com as crenças sobre a subserviência humana e irmos contra a naturalização da exploração do homem pelo homem, de modo que a evolução de uma sociedade esteja fortemente baseada na dignidade, garantida como direito social e não somente um conceito teórico.

Para este entendimento, precisamos admitir que a dignidade precisa ser vista com respeito e não como um produto a ser conquistado ou comprado. Contudo, o conceito de dignidade passa por interpretações e significados passíveis de enganos. Mesmo sendo algo inestimável, que precisamos vivenciar e valorizar ao longo de nossas jornadas, precisamos compreender melhor sua aplicação prática. A vivência plena (ou a "missão existencial") dessa dignidade no plano material requer consciência, ações práticas e autoconhecimento. Talvez, uma das formas mais eficazes seja focar a dignidade no âmbito educacional desde a formação inicial das novas gerações.

 

  O respeito às diferenças

 

Em toda a história percebemos que existiram conflitos sem sentido e que muitos movimentos foram motivados pelo ataque à dignidade das pessoas. Ao considerarmos que qualquer conflito que ataque a dignidade não tem justificativa, estamos admitindo que a dignidade é algo indivisível, ou seja, é um fundamento que nos unifica existencialmente, como parte do grande tecido da vida.

A intolerância humana, sua prepotência e seu desejo de controlar tudo é uma insana ambição de tomar as rédeas do destino. Se algo sobre o qual podemos pensar e refletir melhor, é o discernimento daquilo que separa nossa dignidade espiritual da nossa dignidade existencial, que nos exige um mínimo de questionamento sobre os diversos regimes autoritários, criados pela humanidade, que colidem contra nossa completude existencial.

Assim, ao traçarmos um paralelo entre vida material, com suas relações de trabalho e sobrevivência, precisamos conciliar essas relações com nossa missão existencial. Viemos a este mundo com a capacidade para acessar a sabedoria da vida, como seres integrantes do universo, por meio da vivência e experimentação, inclusive, diante da indignidade.

Viver em sintonia com Deus, significa respeitar nossa própria essência interior e saber ouvir o que nossos corações nos dizem. Nossa maior contribuição reside naquilo que melhor podemos fazer a este mundo, compatibilizando sobrevivência e evolução. A dignidade está na possibilidade de cada um de nós podermos concluir nossas missões existenciais, em paz. Por outro lado, não seria também nossa missão existencial fomentar a dignidade coletiva onde ela estiver confinada pelas conveniências impostas pelo mundo?

O utilitarismo pragmático e o cinismo impostos como filosofias válidas para o entendimento de nossas existências materiais, carecem de uma visão mais ampla e aberta para nossa própria diversidade de pensamento e é esta a maior crítica que podemos formular contra a disputa entre as grandes bolhas do mundo, que adotam paradigmas reducionistas, na tentativa de restringir a percepção de níveis conceituais mais elevados.


Dignidade e missão

 

Não é tão difícil compreender as situações indignas deste mundo. Sejamos corajosos e façamos algumas perguntas: Quem ousa questionar nossa individualidade única? Quem quer se apoderar das massas e induzi-las à subserviência pela força, pela posse e pelo poder?

Em nosso dia a dia, seja no ambiente de trabalho, em nossos círculos de convivência e, também, no mundo virtual interconectado é cômodo sermos apenas espectadores. Mas, aquilo que interfere na dignidade alheia, interferirá em nossa própria dignidade também e isto é algo que nos exige capacidade para romper com discursos retóricos que atentam contra a dignidade de qualquer pessoa.

Neste contexto, o bom combate no dia a dia contra manifestações que atentam à dignidade das pessoas ou nossa contraposição corajosa nas redes sociais contra estas manifestações, como por exemplo, uma publicação como esta, possa inciar um movimento mais robusto em direção à defesa da dignidade em todas as instâncias de nosso sistema de sobrevivência.

Tomar partido para manter a dignidade neste mundo, passa primeiro por nosso próprio autoconhecimento e reflexão, para podermos criar perspectivas e fomentar esta dignidade como condição fundamental para o desenvolvimento sustentável da humanidade, onde qualquer grupo humano tenha possibilidades amplas de crescimento, usufruto de recursos e acesso à qualidade de vida.

Nossa missão não é somente evoluir individualmente, mas sim coletivamente, por meio de nossas interações e intervenções que promovam nossa verdadeira evolução como seres multidimensionais, em matéria e espírito. Entretanto, precisamos discernir melhor que o reconhecimento de nossa dimensão espiritual/metafísica é uma proteção que precisamos reforçar contra a imposição do utilitarismo pragmático e do foco exclusivo na sobrevivência material.

 

Conclusão

A dignidade humana é um fundamento existencial indivisível e uma força orientadora. Ela está em um nível conceitual maior, mas sua vivência plena é constantemente ameaçada por interesses temporários, bolhas humanas e pela imposição do utilitarismo pragmático e o cinismo.

A missão existencial individual e coletiva reside em fomentar a dignidade onde ela estiver confinada. Isso exige consciência, autoconhecimento e, crucialmente, ações práticas para o combate à indignidade. O refinamento ético e estratégico é necessário para romper com discursos retóricos e garantir que a dignidade seja um direito social.

Portanto, a estratégia final é a intervenção requerida pela consciência para traduzir o conceito universal em desenvolvimento sustentável da humanidade, compatibilizando a sobrevivência material com a evolução espiritual.

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