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Uma reflexão sobre nossa atemporalidade
Nossa transcendência no tempo
Relembrar
passagens de nossas vidas é algo que está intrinsecamente ligado a pessoas,
convivências e experiências. Mas, como será que somos condicionados a lidar com
aquilo que já passou?
Há
acontecimentos que nem queremos lembrar e outros que nos trazem nostalgia e saudades
de tempos diferentes e, especialmente, das pessoas com quem compartilhamos
bons e maus momentos. Muitos jogam pedras no próprio passado, como se voltar às lembranças fosse perda de tempo ou coisa de pessoas velhas, porém, é um movimento de nossa
mente que costuma nos pregar peças, por consequência de nossa própria falta de conhecimento sobre
seu funcionamento.
Grandes nomes da ciência já nos indicaram que há
uma conexão entre tempo e espaço e que ambos podem representar diferentes
dimensões da realidade. Será por isso que, às vezes, temos a impressão de
que passado, presente e futuro coexistem em planos paralelos? De qualquer forma, nosso
destino parece ser mesmo atemporal, talvez por já estar pré-definido em um Plano Maior, que se concretizará ao longo de nossas vidas, e que muitos de nós já percebemos. Poder transcender o próprio
tempo, de forma imaterial, é continuar influenciando a realidade de outras pessoas, assim como acontece quando permanecemos conectados ao legado daqueles que já partiram deste mundo, especialmente, por meio de seus ensinamentos e lições únicas.
Interpretando melhor nosso passado
Aquilo
que podemos entender hoje poderá mudar nosso futuro, por isso é saudável podermos
voltar a reinterpretar algo que já aconteceu pela ressignificação. Por outro
lado, projetar um futuro provável depende de nossa consciência e reflexão, que nada mais é do que
podermos pensar em modificar ou não o nosso próprio modo de pensar e de fazer,
a partir de nossas aprendizagens.
Entretanto, viver no passado que, por algum motivo, foi determinante na configuração de nossas personalidades, seja do ponto de vista positivo ou negativo, é uma escolha temerária. A conversão de experiências ruins em aprendizagens faz parte de muitas terapias curativas. Por outro lado, reconfigurar o passado para simplesmente criar uma história ilusória e mais bonita, tende a fomentar o narcisismo e outras coisas piores. A melhor opção é entendermos que podemos viajar no tempo e retirar lições do passado para o presente e para o futuro.
Encarar
nosso passado pode ser algo realista ou ilusório, a depender de como aceitamos o fato de que nosso ser atual é fruto do que aprendemos com nossas experiências
e conhecimentos acumulados. Nascemos não sabendo nada, mas intuitivamente compreendemos que para dar um passo à frente de cada vez, precisamos acrescentar vivências e
aprendizagens dos passos já dados. Assim, o passado concretiza nosso modo de fazer
o presente, que não necessariamente precisa ser exatamente igual ao já feito.
O tempo é nossa matéria prima
Embora
o mundo diga que é perda de tempo pensar no passado, isto é o que fazemos
continuamente, pois no segundo anterior estávamos executando algo que nos
possibilitou passar para o próximo, como por exemplo, respirar ou pensar,
consciente ou subconscientemente. O processamento do passado, imediato ou
longínquo, se dá até quando estamos sonhando e acaba se expressando em nossos
pensamentos presentes.
Quando
encontramos um sentido para nossas experiências e vivências passamos a entender
como nossa mente funciona e como podemos utilizá-la por meio do
autoconhecimento e da consciência de nós mesmos, diante deste mundo. Seria este
o maior significado de nossas jornadas individuais, como caminhos que nos permitem
crescer e expandir nosso modo único de ver, sentir e fazer as coisas com
conhecimento de causa e convicção de propósito.
Neste
contexto, propósito não se refere aos nossos afazeres de rotina ou obrigações
para a sobrevivência individual ou coletiva, mas da descoberta de nosso
potencial em qualquer área, onde possamos usar nossos talentos conectados a um Plano Maior, já concedido a cada um de nós, com a consciência
de que nosso tempo é contado e relativamente curto neste mundo.
Mas, é
com este curto tempo que temos a grata oportunidade para compreender a grandeza
da vida, no sentido qualitativo, e sermos dignos da denominação “Filhos de Deus”.
Conclusão
Não
podemos associar nossas experiências passadas a uma inércia existencial, pois
há um sentido para vivermos situações boas ou ruins. Precisamos viver um
presente com real sentido e significado, a partir de nossas vivências e
experiências e com a consciência de que nosso futuro estará condicionado
à expressão gradual de nossa essência transcendente, em direção a um
patamar superior de existência. É isto o que nos capacita a extrapolar os próprios limites do tempo, pois estamos ligados espiritualmente ao Criador de todas as
coisas, que nos deu a grande chance de vivenciarmos nossos
talentos potenciais, de forma intensa e realmente livre.
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