Equilíbrio sob as adversidades
Não percamos as esperanças
Todos
nós passamos por sofrimentos e vivemos momentos de angústia, de pressões e
ansiedades e, muitas vezes, ficamos desesperançados. Entretanto, se pudermos
encarar que tudo o que acontece em nossas vidas é permitido pelo Criador de
todas as coisas, talvez possamos enxergar algo que jamais poderíamos ver, sem as
adversidades da vida.
Faz
parte de nossas aprendizagens saber lidar com momentos difíceis que nem sempre
compreendemos as razões pelas quais temos que passar por eles. Todos nós, não
importa se usufruímos de uma condição de necessidade ou de liberdade, somos todos
colocados em certas situações complicadas para aprendermos algo.
Nunca estaremos
totalmente preparados para o imprevisto e para as incertezas, mesmo vivendo em bolhas sociais “seguras”.
Contudo, mal percebemos o quanto nos ocupamos com preocupações e lamentações. Mas,
como seria viver nosso presente com equilíbrio, mesmo nos momentos mais
difíceis?
Tempos difíceis exigem mais foco
Nas
adversidades da vida compreendemos o que nos é essencial! Nessas horas percebemos a futilidade de querer
acompanhar os modismos, fazer intrigas, dar atenção àquilo que está “bombando”
nas mídias. Nos momentos de dificuldade, temos a exata noção de que o tempo
está passando e não podemos perde-lo bisbilhotando a vida alheia ou dando
atenção aos sensacionalismos!
É preciso
trabalhar a força de vontade para poder discernir aquilo que, de fato, é uma prioridade, nos
desapegando das superficialidades e nos atirando para fazer o que precisa ser
feito. Isso é para todos nós, quando somos forçados a agir contra qualquer
condição ou limitação interna ou externa.
Algo
que acontece quando estamos em dificuldade é que conseguimos enxergar pequenos detalhes,
pequenos gestos que fazem toda a diferença. Aumentamos nossa sensibilidade para
com as dificuldades alheias e, simplesmente, nos alegramos quando alguém nos
acena com um simples sorriso. Não há momento mais propício para vermos o valor
das pequenas coisas quando estamos em dificuldade.
Escravidão e liberdade
Vivemos
um dilema: viver ou sobreviver? No mundo da sobrevivência, nosso mundo ousa
colocar um preço nas pessoas e até há aqueles que vendem a própria alma por
interesses. Somos livres para escolher nossos caminhos, porém, às vezes
escolhemos uma condição de escravos do sistema. Isto significa que somos livres
para desistirmos de nós mesmos, para manter as coisas como estão, para parar de
lutar. Por outro lado, também somos livres para fazer o contrário. A questão é
que esta postura nos obriga a sair de nossa zona de conforto.
Não é
possível nos livrar de nossas obrigações e responsabilidades sem que a lei do
retorno nos atinja, por exemplo. Ser livre para ir e vir, amar e ter dignidade
nos exige que abandonemos a ideia de que nascemos apenas para girar uma cadeia
produtiva, por meio de um preço dado ao nosso trabalho, nos escravizando numa
certa condição de vida. Algumas leis naturais funcionam para qualquer pessoa,
como a lei da causa e efeito, a lei do retorno e a lei do equilíbrio do
universo.
Assim como
nada nos pertence e nada levaremos para o nosso destino nesta terra, outra lei
irrevogável é que tudo também passará.
A aceitação do destino é diferente do conformismo
Mesmo
em um mundo regido pela ganância humana, a qual é a grande responsável pelo
imediatismo e pela pressa da atualidade, o que nos impede de buscar o equilíbrio?
Não podemos confundir as escolhas da vida com a escolha que o Criador de tudo já
fez para nós! É isto que faz a maior diferença entre aceitação e conformismo
pois a nós cabe ir em direção ao que nos é ofertado, ou seja, as oportunidades
que nos são dadas, ao preço de nossa capacidade e talentos para alcançá-las e
sem menosprezar aquilo que é mais significativo e profundo para o nosso
crescimento.
Poder
refletir e meditar sobre nossas ações nos permitem pensar melhor, com tempo, para
abrirmos nossas percepções para novas possibilidades de mudança, criando
perspectivas menos engessadas sobre aquilo que nos é apresentado como concreto.
Temos exemplos de resistência, de coragem, de sacrifício e de esperança espalhados
por todo lugar e basta procurarmos que encontraremos.
A inteligência nos
foi dada para ser usada, não para ser esquecida! Nós podemos mudar nossa
condição, independentemente das condições dadas ou estimuladas pelo mundo. Por
outro lado, temos exemplos de malfeitos, de desonestidades, de mentiras, de
vaidades e apegos pelo mal, onde precisamos interpretar com discrição e retidão,
para direcionar nossa liberdade individual, com consciência.
Nossa transitoriedade
Imagine
alguém que recebe um diagnóstico de doença terminal, e fica sabendo que seu
tempo de vida está determinado. Qual seria nossa reação no lugar desta pessoa?
Antes de responder, reflitamos: Afinal, será que nós podemos afirmar que amanhã
estaremos vivos ou não? Nossa efemeridade neste mundo não é algo indeterminado,
embora não saibamos exatamente quando. Neste contexto, ninguém está preparado
para o próprio fim, pois somos condicionados para lutar pela vida, o que é natural
de um ser vivo.
Mas,
todos nós sabemos que passaremos pela vida e partiremos. A questão é: enquanto
este dia não chegue, não seria melhor que não nos impedíssemos de viver uma
vida mais intensa? Não teríamos uma vida desperdiçada, se pudéssemos dizer um adeus
cheio de gratidão, como por exemplo: muito obrigado, foi bom te conhecer, vivi
ótimos momentos de alegria, conheci a compaixão, senti o amor, pude ensinar
alguém, ajudei no que pude para alguém viver melhor e, com sorte, dizer no fim
de tudo “eu te amo”.
Conclusão
Ao
percebermos como nossas próprias jornadas estão ocupadas com as exigências da
sobrevivência, precisamos parar de correr atrás do vento e atropelar nossas
próprias vidas, para vivermos de fato. Isto está correlacionado com nossa
capacidade criativa para extrair talentos, valores e conhecimentos mais
profundos que dão uma percepção mais significativa de nossas jornadas, no curto
espaço de tempo que nos é concedido. Nascemos para evoluir verdadeiramente como
seres detentores de alma e coração, junto ao Criador de todas as coisas e nada
a mais. Há coisas que não tem preço e nos são providas gratuitamente, desde que
saibamos enxergar o outro lado da moeda!
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