Nossa inteligência diante de um mundo
errático
A corrida dos oportunistas
Quanta insensatez já não ouvimos daqueles que defendem a
prosperidade às custas do próximo? Quem não se indigna com os apressadinhos que
furam filas ou jogam lixo nas ruas e estradas? Isto nos remete a uma reflexão
sobre como podemos usar nossa inteligência verdadeira, para garantir um nível
de pensamento mais elevado, além do contexto das lutas e conquistas materiais desta
vida mundana.
A frase: “O mundo é dos espertos” remonta ao século passado, e foi uma ideia pragmática que naturalizava o argumento de que vencer na vida era “levar vantagem em tudo”, uma doutrinação que, infelizmente, cooptou muitas pessoas incautas e apegadas a posses e vaidades. Uma geração inteira viveu esse período e, atualmente, sentimos uma pressão semelhante quanto àquela ideia de que “tempo é dinheiro” que, em verdade, só serve para manter um sistema de valores, no mínimo, discutíveis. Nenhuma dessas ideias elucida o que é viver de forma inteligente e, pelo contrário, nos mantém nos níveis mais baixos de pensamento e insensatez.
A importância de se viver com inteligência
Por
que vivemos tanta ansiedade atualmente? Que ansiedade é esta que nos faz
esquecer de nosso próprio tempo e nosso bem-estar? Por que inventamos tantos motivos que, só de
lembrar, nos causam mais ansiedade?
Somos
condicionados por valores sociais e culturais que colocam metas apressadas
acima de nossas vontades, além de nossas necessidades. É preciso firme força de vontade para controlar
a ansiedade e reservar o tempo presente para nos restaurarmos e nos
reequilibrar-nos.
Nossos conhecimentos atuais, amplificaram o conceito da inteligência
humana e abriu horizontes para além do pragmatismo que validou o atalho e o
caminho fácil. Hoje não consideramos mais como pessoas inteligentes aquelas adeptas
da esperteza, cheias de arrogância, prepotência e soberba, mas sem dignidade
como seres humanos. Mas, será mesmo que ao vivermos nesta vida atual, correndo para lá e para cá,
nos tornamos mais inteligentes de fato?
A nossa inteligência, na prática, se resume na capacidade de reconhecermos nossos limites e sabermos nos adaptar a eles. Isto nos permite viver o agora de forma mais plena, ter consciência sobre nossas próprias histórias e superar momentos de escuridão e incertezas da vida. Uma pessoa inteligente não precisa ser a mais habilidosa ou competente, nem a mais empreendedora, mas sim, alguém que saiba forjar sua força pessoal e vontade contra às adversidades, usando tanto a lógica como a intuição, para obter uma visão mais assertiva da realidade e fazer suas melhores escolhas.
As causas da insensatez
Um conceito pragmático de que tudo na vida deve dar lucro ou satisfazer interesses de ganho, nem sempre combina com o que realmente queremos fazer de nossas vidas. Nós somos muito mais do que máquinas programáveis ou números de uma planilha estatística e não somos mensuráveis, como se fôssemos simples objetos.
Sabemos que alguns conceitos utilitaristas advêm de um sistema de vida posto como definitivo, que prega o que podemos ou não dizer sobre a realidade, com o risco de que, a depender de nossos posicionamentos, podemos ser classificados como úteis ou não para o sistema de interesses predominante. Isto conflita com nossa essência humana e nos tira a paciência e nossa sanidade mental, pois isto não é nada natural como se prega por aí.
Mas, ao
estudarmos e analisarmos nossa existência de forma mais ampla, basta fazermos
algumas perguntas corajosas para encontrar as causas da insensatez deste mundo:
a) Por que não nos sobra tempo para fazer o que queremos?
b) Quem deve nos dizer o que devemos fazer além do Criador
de todas as coisas?
c) A quem interessa nossas inteligências?
d) Viemos a este mundo para sermos como máquinas?
e) Nascemos para manter a ganância humana?
Como usar a sensatez em nossas jornadas
Nossa inteligência advém do Criador de todas as coisas e
possui um componente inimitável que nos faz sentir e perceber nossas próprias
almas. Isso jamais poderá ser controlado por ninguém nesta terra e é uma
escolha que podemos fazer, ao invés de cedermos a coisas e valores fúteis deste
mundo material.
Contudo, como podemos tornar nossa experiência terrena mais significativa? Talvez isto exija uma paciência redobrada, contrária ao mundo da pressa e da afobação. Neste contexto, para vivenciarmos uma concepção mais inteligente de nossas existências, além de nossas próprias criações e realizações, é preciso que façamos uma conexão com uma Inteligência Superior.
Viver
o agora é simples, se pararmos um pouco para respirar o ar puro, esquecendo o
passado ou o futuro, e pensar e agir no momento presente. Isto nos resgata a
lucidez para fazermos o que está para ser feito, nos livrando imediatamente da
sensação de impotência. Nós podemos controlar nosso próprio tempo, ao nosso ritmo.
Podemos
usar nossa sensatez também para nos livrar de ansiedades, mudando de
perspectiva, focando naquilo que já possuímos e nos desapegando daquilo que não
temos. Isto nos permite enxergar livramentos, significados e propósitos que nos
dão sentido para viver nossas próprias jornadas, de forma plena e consciente.
Por
fim, uma última atitude seria aceitarmos nosso destino com docilidade, como
aprendizes a cada momento, a cada situação, mesmo que não entendamos de
imediato, isto é, nos entregarmos à Força Maior que produz o tecido da
vida, que nos faz sentir pertencentes a um Plano Maior, regido pela Sabedoria
que comanda todas as leis da vida e do universo.
Conclusão
Embora
se possa ouvir o contrário por aí, dormir em paz, usufruir a vida que Deus nos deu com
gratidão é o que nos torna parte de um Grande Plano, que traça nossos destinos para
sermos quem devemos ser, sem falsidades e fingimentos. Talvez, muitas mentiras
sejam naturalizadas entre os homens para justificar o lucro pelo lucro, o poder
pelo poder e só isso.
Porém, fazer
deste mundo um lugar melhor para todos, é algo que deve partir de nossas atitudes e
pensamentos direcionados para compreender toda a insensatez que afronta nossa
essência que tem uma forte ligação com o Criador de todas as coisas. Isto não se
trata de um direito nosso, mas de uma obrigação com as leis do Universo e não
com as leis do homem. Para isto serve a nossa inteligência.
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