É preciso saber a hora de parar
Não somos como plantas
Em minha
escola, ensino que ao longo do ciclo de vida de uma planta, haverá momentos de
crescimento, de amadurecimento e de produção. Porém, seu esgotamento natural ou
um fator externo pode interferir no fechamento de seu ciclo, impedindo-a de
completar seu pleno desenvolvimento. Mesmo assim, até o ciclo de uma planta pode nos deixar lições.
Com
certeza, para nós não é assim que funciona. Não somos apenas conduzidos por
fatalidades. Ao contrário das plantas, nossa própria adaptação como espécie é
uma prova de que escolhemos nosso próprio caminho de desenvolvimento.
Mas será
mesmo que conseguimos saber quando um ciclo está no fim e quando outro está
começando? Neste contexto, mesmo que não tenhamos controle direto sobre o fim
de um evento, temos uma capacidade para optar por mudanças de uma realidade,
mesmo que isso signifique interromper um evento, projeto ou trabalho.
Hora de parar, mudar, transformar
Prestando
um pouco mais de atenção, ao longo de um processo qualquer, aprendemos a
analisar padrões dentro de um determinado ciclo e interpretá-los se algo está
no meio, no meio ou no fim. Em certas situações não conseguimos parar com uma
rotina e ficamos aprisionados a algo que nos dá resultados, mas que nem sempre
está vinculado àquilo que nos dá sentido e prazer de viver de verdade. Mas,
logicamente, temos o livre arbítrio que as plantas não têm, contudo, por que nós
mantemos situações ou eventos infelizes?
Quando
algo que fazemos contraria nossa própria natureza, precisamos refletir sobre o
quê nossa satisfação está baseada. No fundo, ao temermos sobre o que poderemos perder,
ao interromper um ciclo repetitivo de trabalho e aquisições, é porque
esquecemos que um dia vamos perder tudo mesmo e que não levaremos nada que acumularmos,
quando partirmos desta vida. Temer o quê então?
Talvez,
não estejamos aproveitando nossa capacidade reflexiva para fazer de cada ciclo
aquilo que importa, para que nossas colheitas se traduzam em acúmulo de
aprendizagens e não de coisas.
O homem que se acha deus
Se algo
for feito só por dinheiro, os frutos serão efêmeros como o dinheiro é. Será que
vale a pena dedicar tanto amor aos bens materiais e posses e trocar nossa
aprendizagem sobre os mistérios da vida? Entender muito de uma teoria ou
trabalho nos faz melhores que outro ser humano? Sabemos que existem gênios
intragáveis espalhados por aí, que preferem fazer vista grossa para as
necessidades humanas, não por falta de capacidade, mas por uma insensibilidade
criada por sua própria intelectualidade.
O mundo
naturaliza e reforça falsas crenças de que as pessoas desonestas e corruptas
são as merecedoras dos prêmios da vida, porém isto não tem nada de natural.
Este jogo tem relação com a vontade daqueles que só querem conquistar, dominar,
forçar as pessoas a lhes obedecerem e isto é um sinal de que a maior satisfação
humana é o poder. Hoje, o crescimento das pessoas, em nível coletivo, é uma
agressão aos interesses do poder terreno. Por que nos autossabotamos assim?
Não
percebermos o funcionamento deste ciclo, só faz com que retardemos nossa
transformação como seres humanos, ligados a uma Força Maior.
Ciclos de aprendizagem
Talvez,
fazer algumas perguntas sirvam para a busca de algo maior, além da ponta do
próprio nariz. Assim: Qual é seu critério de escolha? Você confunde propósito
com interesse? Percebe que alternamos ciclos durante nossas vidas? Compreende a
força das leis naturais? Já reparou que não controla as tramas do destino, mas
escolhe seu caminho?
Após
perceber como nossas escolhas e opiniões mudam com a evolução de nossos
conhecimentos, acabamos entendendo que tudo será como Deus determinar, para
aquilo que for melhor para cada um de nós! O fim de alguns ciclos depende de nossas
próprias decisões, de uma busca por algo mais significativo e que faça sentido
para nossa existência. Para quê viemos a este mundo? Quem disse que pensar em
um mundo melhor é proibido?
Gratidão pelo compartilhamento humano
O
compartilhamento e o acolhimento só fazem sentido para aquelas pessoas que
vivenciaram e sabem reconhecer experiências felizes, ligadas a aprendizagens
significativas, bons momentos junto a pessoas de verdade, incluindo também
sofrimentos e angústias. É o que vale a pena guardar no coração!
Ademais,
poder chegar à maturidade, trazendo conosco aquilo que aprendemos de positivo
na vida, nos equipa com uma perspectiva mais humanizada para aproveitar novos
ciclos e desafios, com a certeza de que serão cada vez mais gratificantes e
satisfatórias, de fato.
Sabermos
quando parar e fechar ciclos repetitivos que só nos trazem infelicidades e
pouca aprendizagem é a melhor escolha a fazer.
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