Cultivando a Esperança
O que fazer quando bate a desesperança
Um
belo dia ganhei um pé de manga! No dia em que o plantei, a pessoa que me
presenteou disse que ainda tinha esperanças de um dia poder experimentar seus frutos. Ela
passava por um momento de dúvida sobre o seu futuro.
Pessoas
como ela são as mais importantes em minha vida como exemplo de esperança e fé
por dias melhores. Graças a Deus ela permanece comigo, mas se tivesse ido para
Deus naquela época, já teria me deixado um grande legado.
Quando
ela pôde provar os primeiros frutos dessa mangueira, senti uma das emoções mais
gratificantes da vida. Gratidão por ter tido a chance de cultivar essa
planta e durante os primeiros anos, aguardar a colheita da esperança.
Observe o que a natureza nos ensina
Quantas coisas não aconteceram nesse período enquanto a mangueira soltava suas raízes para as camadas mais profundas, explorando o solo e seus nutrientes, desenvolvendo seus ramos primários, depois se ramificando em ramos secundários e se multiplicando para criar novos ramos produtivos?
Hoje é um pé frondoso que nunca deixou de produzir e ainda permanece sob meus cuidados. Toda vez que floresce, sei que colherei as melhores mangas e as levarei para aquela pessoa que já superou o antigo problema há mais de uma década.
Quando
olho para essa grande árvore que se tornou um símbolo de resistência e esperança,
percebo o quanto são pequenos os meus problemas. A prova que a natureza nos
proporciona lições sobre a força da vida, a qual se dá por repetidos ciclos de
crescimento e frutificação, independentemente se há ventanias, secas, frio,
calor.
A
vida insiste em produzir, fazer os frutos amadurecerem para eternizar sua
descendência, dia após dia, noite e dia sem parar.
Compreenda a mensagem da natureza
As
mensagens que a natureza nos traz por meio dos ciclos naturais de reprodução,
são mensagens de renovação, de recomeço, de insistência, de doação, de propósito.
Não fazem mais nada do que promover a vida, a reciclagem de nutrientes, o
equilíbrio entre diferentes espécies, o desfrute do homem com seus sabores,
aromas e belezas.
Mais
bonito ainda é a combinação com outros elementos naturais. O sol despontando
por trás das copas das árvores, a lua cheia se revelando acima dos últimos
ramos que insistentemente crescem e florescem mudando a paisagem em cada
estação do ano.
Quantos
minutos se perde para observar isso? Quanto tempo dura um entardecer? Quanto
custa ouvir o galo cantar ao nascer do dia? Existe som mais tranquilizador do
que o das águas de um riacho, de uma fonte, de uma lagoa? Assim como não percebemos uma planta frutífera se
preparando para a nova colheita, os ramos novos crescendo ou se alongando, os
botões florais se formando, os insetos trabalhando na polinização, a água sendo
transpirada pelas folhas e os nutrientes entrando na raiz até chegarem ao suco
dos frutos, também, não percebemos como o ciclo dos problemas se sucedem, para
nos incentivar a produzir também.
É a
força da esperança que nos move para frente
Os
problemas se resolvem com o tempo, nos trazem lições frutíferas para a colheita
da sabedoria, da vida simples, da harmonização dos conflitos, da
superação de tristezas, da colheita de sorrisos, do resplandecer de momentos
genuinamente felizes em nossas jornadas.
Sigamos as mensagens da natureza! Não deixemos de produzir bons frutos, além do que
precisamos, tenhamos fartura e generosidade naquilo que podemos produzir e não
deixemos que as intempéries e angústias nos tomem o tempo e a energia vital.
São os impeditivos mentais e emocionais que nos fazem esquecer de nossa própria natureza, a qual faz parte e está integrada a tudo o que nos cerca nesta terra, com seus processos, seus ciclos, seus ensinamentos para uma vida frutífera.
Há algo muito maior que a sala do seu escritório, do que o setor onde você exerce seu emprego, da empresa na qual você comanda, da equipe que lidera. Afinal, onde está o propósito da vida nisso tudo?
Tenhamos uma vida frutífera e cheia de esperança
Talvez,
fazer a vida valer a pena seja viver sem esperar o dia da aposentadoria, o dia
que ficar rico, o dia que fizer sol, o dia que a oportunidade bater na porta.
Isso não é ter esperança, pois até mesmo um simples pé de manga nunca para de crescer, de
renovar, de produzir enquanto viver.
Esse
é o motivo pelo qual devemos ter gratidão, saber cuidar das coisas e termos o autocuidado para nos dedicarmos às nossas
habilidades e talentos, sem pensar no retorno, sem dar um preço pelo que fazemos.
Que
todos nós possamos reconhecer, hoje, a felicidade gerada ao longo de anos de
dedicação às lutas da vida, e que isso possa ser tão significativo
quanto as lições de vida que o meu pé de manga me ensinou!
Comentários