Toda estação tem seu significado
A cada estação do ano, um novo sentimento
A entrada do outono, após os
extremos do verão, conhecida como a meia estação com suas moderadas
temperaturas e chuvas refrescantes, trazem um conforto diferente para nossos
corpos e almas. É também o prenúncio do próximo inverno que nos trará ventos
gelados e junto com ele, as memórias guardadas de antigas jornadas, quando a
nostalgia se liga a lugares e sentimentos, especialmente, às pessoas que já não
estão mais conosco.
A luz natural do dia se torna mais
branda por causa do céu algodoado por nuvens que mesclam branco, azul claro e
tons acinzentados. Quando as passarelas e alamedas adquirem a cor das pétalas de
flores recém caídas e, junto às gélidas temperaturas, somos induzidos ao aconchego de
um abrigo, de um lugar protegido do vento, onde podemos aquietar nossas almas e
mergulhar em nossas meditações.
Celebrando a esperança a cada mudança de estação
Uma estação nos lembra das outras!
Em épocas de frio, lembramos do calor dos verões, das roupas leves, das
caminhadas ao ar livre, da alegria dos dias ensolarados.
Essa consciência sobre a sucessão
das estações alimenta nossas esperanças de que tudo também pode mudar junto com
elas, desde a paisagem natural, as plantas da época, os costumes alimentares
típicos, até as celebrações e comemorações estacionais.
É esta expectativa que nos gera novas
energias para a próxima estação do ano, para podermos relembrar e reviver tudo o que
mais nos marcou ou moldou nossos corações. Poder fazer o que mais gostamos em
períodos específicos, sabendo que a cada ano temos novas e gratas oportunidades
para viver a vida com alegria, dentro do possível, é motivo de gratidão!
A beleza escondida em cada estação do ano
Para quem já viveu ou vive em
lugares de clima temperado, as estações são bem definidas. Nos invernos, o frio
vem acompanhado pela beleza natural das nevadas e termina com o degelo nas
montanhas e com a intensa primavera e verão, num belo ciclo permanente. Essas
paisagens cinematográficas, com certeza, já foram palcos para muitas histórias, dramas e
romances.
Quantas experiências, sensações e
sabores diversos já experimentamos junto à natureza, apreciando suas diferentes
estações? Isto não é um privilégio a ser aproveitado, em cada lugar que
pudermos conhecer nessa vida?
Nossas habilidades humanas em extinção
Entretanto, também é uma pena que a
maioria de nossas novas gerações sequer saibam apreciar um belo nascer ou pôr do
sol, por conta de viverem a maior parte do ano confinadas em telas de dispositivos
digitais, em seus mundos virtuais.
O confinamento, muitas vezes motivado pela automatização da vida moderna, dentro dos
apartamentos e casas, é um prato cheio para bombardeios digitais, conectando a
juventude a jogos e interações online, até mesmo dentro de um mesmo recinto ou em uma mesa de jantar com a família, porém com as pessoas totalmente desconectadas e alienadas entre si.
A insensibilidade gerada pelo vazio da artificialidade
Se um ano inteiro e suas lindas estações passarem em branco para a maioria das pessoas, isso não significa uma anomalia? Quem disse que isso é natural? Trocar o mundo e a vida concreta por emoções e sensações artificiais só pode trazer a insensibilidade pela simplicidade da própria natureza que nos cerca, e que é linda. Por isso, precisamos nos questionar sobre qual será o propósito de termos a natureza à nossa disposição em cada estação do ano com suas peculiaridades.
Fica a pergunta: Como reagimos diante das maravilhas que a natureza pode nos proporcionar, gratuitamente? Como nossos jovens poderão gerar histórias e lindas memórias de experiências reais, se as substituírem pela imaginação puramente virtual? Até que ponto deixarão de desenvolver suas habilidades motoras e noções de espaço e tempo concretos? Não seria isto algo essencial para promover nossa criatividade e nossa própria noção de vida real?
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